21 de janeiro de 2013

Teatro: As Mentiras que os Homens Contam e
Filme: Histórias Cruzadas

Que eu saiba, já não é a primeira adaptação feita para o teatro do livro homônimo, de Luis Fernando Veríssimo, mas foi a primeira vez que eu fui assistir.

Na verdade eu não sou muito de ir ao teatro. Não é por não gostar, acho que é mais por preguiça, já que é muito mais cômodo ir ao cinema, que fica dentro do shopping e me permite fazer várias coisas antes e depois de uma sessão.

Voltando ao teatro, a peça está em cartaz no teatro Juca Chaves, localizado dentro do Extra Itaim Bibi, na Rua João Cachoeira, no final do corredor do 2° piso.

As instalações são confortáveis, mas eu não sei se quem senta além da 3ª fileira consegue ouvir as falas, já que não há microfone para os atores. É tudo no gogó! Por sorte, eu ganhei ingressos para a 1ª fila. E duplamente sorte, porque se eu tivesse pago estaria morrendo de raiva até agora.

Quem leu o livro, sabe que se trata de uma boa coletânea de crônicas sobre as histórias que os homens contam, seja para se proteger ou proteger seus interlocutores, e que pode fazer o leitor passar vergonha em público por causar risos espontâneos.

A peça, ao contrário, custa a tirar uma risadinha da plateia. Sim, não chega aos pés da introdução do livro.

Antes do início da peça, durante os avisos, acho que rimos mais do que durante a peça toda. O elenco parecia estar num ensaio de seleção. Acho que só 2 deles podem ser chamados de atores, os demais, só de amadores.

O comentário de uma moça que estava sentada atrás de mim ao final da peça foi "eu preciso mesmo aplaudir isso?". Juro que não estou inventando, nem aumentando. Foi quase essa a sensação. Foi a primeira peça que eu fui na qual a plateia só aplaudiu e sentada, porque as luzes ascenderam e o elenco apareceu vestido nos trajes da abertura, o que nos deu a dica de que a peça terminou.

A única coisa boa é que o estacionamento, que sairia por pelo menos R$20,00, sai na faixa por 3 horas para quem apresenta o ingresso no caixa do estacionamento.
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O filme Histórias Cruzadas (The Help) foi indicado ao Oscar em 3 categorias diferentes e levou 1 estatueta na categoria Melhor Atriz Coadjuvante.

Na época, mesmo sem ter assistido o filme, pela quantidade de comentários já achava que a Viola Davis merecia ter levado o Oscar de Melhor Atriz, mas infelizmente quem levou pela enézima vez o prêmio foi a Meryl Strip. Não que eu ache que Meryl não seja merecedora do prêmio, o detalhe é que as chances da Viola conseguir um outro papel que possa lhe render a indicação é bem menos provável do que a veterana Meryl que já havia ganho as honras em outras ocasiões.

Premiações a parte, o filme é muito intenso e retrata como foi parte da história dos negros nos Estados Unidos. Preconceito que até hoje permanece, em menor intensidade, é claro, mas que causa sensações de repulsa aos brancos americanos.

Emma Stone, que me surpreende em cada atuação, faz o papel de Skeeter, uma branca interessada na causa das negras e que não compreende como podem existir pessoas que tratam com tamanho desprezo pessoas que cuidam de seus filhos, ou que por vezes foram criados por elas e se voltam contra as mesmas quando crescem.

Viola Davis faz o papel de uma das domésticas, única profissão que as negras conseguem ter naquela época, quase como uma sina.

Tudo roda em torno da vontade de Skeeter ajudar os outros a conhecerem a vida das domésticas da pequena Jackson, uma cidadezinha do interior que se mantinha preconceituoza, enquanto cidades maiores já começavam a reconhecer os direitos dos negros.

Ao começar a fazer as entrevistas com 2 domésticas, ela descobre a dor, o sofrimento e toda a sorte de preconceitos que elas tinham que enfrentar, além dos trabalhos pesados, em jornadas pesadas e com valores irrisórios pagos pela hora trabalhada.

Vale a pena assistir para refletir e continuar sem compreender como, por tantos anos, seres humanos viam outros seres humanos como outra espécie de criaturas.

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